A longa experiência que pauta o futuro

Atuando como vice-presidente da NTC&Logística pela segunda vez, Eduardo Rebuzzi coleciona passagens de sucesso nas entidades representativas do setor.

Eduardo Rebuzzi acredita que em 2021 o Brasil reencontrará o caminho do crescimento. “Entraremos em 2021 no terceiro ano de mandato do atual governo, e essas reformas fazem parte dos compromissos assumidos para sua eleição. Não depende apenas do governo, mas os Poderes Executivo e Legislativo têm que se entender e levar adiante, pois são fundamentais para que o Brasil volte a crescer. Eu, pessoalmente, acredito firmemente nisso”.

Confira a entrevista completa:

Para iniciarmos a entrevista, gostaria que o senhor nos falasse como foi, para você, receber o convite e assumir o cargo de vice-presidente da NTC&Logística.

Resposta: Fui vice-presidente da NTC antes, na época bem jovem, no mandato do saudoso amigo Romeu Luft, tendo inclusive exercido a presidência num período de licença do presidente, em 1999. Mas confesso que recebi o convite do grande amigo Francisco Pelucio com especial alegria e certeza de que poderíamos realizar um bom trabalho pelo transporte rodoviário de cargas (TRC), à frente da nossa NTC. E assim estamos seguindo!

O ano de 2020 foi atípico e causou diversos impactos para todo o mundo. Como o senhor avalia essa crise e quais foram, na sua opinião, os principais aprendizados que o momento trouxe para o setor de transporte rodoviário de cargas?

Resposta: Poucos imaginaram essa situação como fez Bill Gates ao falar sobre tal possibilidade numa palestra que realizou em 2015, ou mesmo os filmes de Hollywood na categoria da ficção. E o mundo foi pego de surpresa, praticamente parando em sua mobilidade, atingindo gravemente alguns setores, como o de transporte aéreo e o de turismo e serviços, por exemplo. No entanto, ao mesmo tempo, foi uma oportunidade para outros, entre os quais incluo em nosso setor o segmento de e-commerce. Um grande aprendizado para todos é que jamais somos tão fortes que não podemos ser atingidos por algo, nem tão fracos que não possamos encontrar caminhos para superação. É preciso atenção e respeito aos fatos, conhecimento e capacidade de avaliar e vontade para reagir.

Ainda sobre os desafios apresentados pela pandemia do novo coronavírus, qual balanço o senhor faz deste primeiro ano de seu mandato e do Francisco Pelucio?

Resposta: A NTC, liderada pelo presidente Pelucio e com o apoio de sua diretoria, na qual me incluo, esteve vigilante e presente em todos os debates e fóruns. E não foram poucos! Em todas as esferas governamentais, desde a municipal até a federal, diariamente, tínhamos novidades e regras a cumprir para, principalmente, combater o contágio pela covid-19 e, ao mesmo tempo, tentar fazer com que a economia não parasse totalmente, incluindo então o reconhecimento do TRC como atividade essencial. Objetivamente, respondendo à pergunta, o balanço que faço neste primeiro ano é super positivo.

Mesmo diante das dificuldades, o TRC continuou ativo e foi reconhecido como segmento essencial para a economia. Você acredita que esse momento aumentou a visibilidade do setor e mostrou para a população em geral, mais uma vez, a sua importância?

Resposta: Apesar do peso econômico e mesmo do tamanho físico dos caminhões que vemos circulando nas rodovias e nas vias municipais, o TRC é uma atividade que acaba passando meio despercebida pela população em geral, que poucas vezes enxerga o real valor do transporte. Tal reconhecimento pelas autoridades e a atuação diária de nossas empresas – com o papel dos motoristas e ajudantes trabalhando incansavelmente, e mesmo das nossas entidades, destacando as várias ações e campanhas desenvolvidas pelo SEST SENAT – trouxeram, sim, mais luz ao nosso setor.

Você também é o atual presidente interino da sessão de cargas da CNT. Como foi a atuação da sessão em um ano tão difícil para todos os brasileiros? Quais conquistas para o setor o senhor acredita que foram as mais importantes?

Resposta: A sessão de cargas teve também um papel de destaque principalmente pela atuação dos membros que a compõem, com as 12 federações e as cinco associações e diretores. Coube a mim, como presidente interino, procurar coordenar o trabalho desenvolvido por todos de modo a possibilitar que nossas empresas conseguissem enfrentar o pior momento da queda de movimento, de aumento inadimplência, de dificuldade de acesso a créditos, de problemas no fluxo de caixa, de ajustes com seus empregados etc. Para citar uma grande conquista, parabenizo a todos pela manutenção da desoneração da folha de pagamento por mais um ano, até 31/12/2021.

Acabamos de ter a prorrogação por mais um ano da desoneração da folha de pagamento. Como isso impacta positivamente as empresas que estão tentando sair da crise financeira e que esperam um 2021 melhor?

Resposta: A desoneração foi instituída em 2011, e perder tal condição no próximo ano, período em que se busca a recuperação da economia, que foi profundamente afetada pela pandemia mundial, seria muito danoso para nossas empresas. Sem dúvida, portanto, como disse acima, a prorrogação da desoneração impacta positivamente à medida que reduz os gastos com nosso quadro de funcionários.

Falando em 2021, o senhor acredita que no ano que vem as reformas tributárias e administrativas podem ser aprovadas, ou ao menos serem bem encaminhadas?

Resposta: Entraremos em 2021 no terceiro ano de mandato do atual governo, e essas reformas fazem parte dos compromissos assumidos para sua eleição. Não depende apenas do governo, mas os Poderes Executivo e Legislativo têm que se entender e levar adiante, pois são fundamentais para que o Brasil volte a crescer. Eu, pessoalmente, acredito firmemente nisso.

Ainda sobre futuro, tanto como empresário quanto como vice-presidente de uma entidade tão grande e importante para o TRC, quais são as suas expectativas para o próximo ano?

Resposta: Por tudo o que passamos e temos superado, no dia a dia das pessoas e no conjunto da economia, acredito que o Brasil voltará a crescer, de forma segura, em médio e longo prazo. Temos uma população numerosa e um país rico, e o aprendizado que vivemos recentemente trouxe amadurecimento para que, com união e bom senso, busquemos o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida da nossa população.

Para finalizarmos, gostaria que o senhor deixasse uma mensagem para os transportadores.

Resposta: Sempre trabalhamos sabendo de nossa importância para o funcionamento da economia e para o abastecimento da sociedade, mas o que fizemos juntos ao longo desses 11 meses de 2020, desde o mais simples ao mais qualificado colaborador, comprovou com clareza o merecimento de termos sido considerados como atividade essencial.

Sabemos de nossa responsabilidade e temos que ter muito orgulho do que fazemos. Feliz 2021 a todos!

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