Por Agência CNT Transporte Atual
A CNT (Confederação Nacional do Transporte), entidade de representação do setor de transporte no Brasil, defende a necessidade da recomposição imediata do preço do frete rodoviário em razão do reajuste anunciado pela Petrobras, nessa quinta-feira (10/03), de quase 25% no valor do óleo diesel, principal insumo do setor. Os novos valores começaram a ser praticados na última sexta-feira (11/03) em todo o país. O Transporte Rodoviário de Cargas é um serviço essencial e se mostrou imprescindível durante a pandemia, contudo é inviável que as empresas continuem absorvendo as altas dos preços do combustível.
A recomposição do preço do frete se justifica para evitar o colapso de inúmeras empresas transportadoras, que, antes mesmo desse novo reajuste, já vinham negociando com os seus clientes o repasse dos quase 50% de aumento no diesel registrado em 2021. Caso não haja o repasse imediato, a operação de transporte no Brasil corre o risco de se tornar inviável.
Da mesma forma, a CNT defende como urgente o reequilíbrio econômico-financeiro das concessões e permissões de transporte rodoviário de passageiros, de forma a garantir a manutenção dos serviços públicos, que são um direito constitucional dos usuários. O atual valor do principal insumo pode impedir as operações das empresas de transporte urbano, semiurbano, intermunicipal e internacional rodoviário de passageiros.
A Confederação também observa com preocupação os aumentos do preço do QAV (querosene de aviação). O insumo representa um terço dos custos das empresas áreas. A alta no preço do combustível pode inviabilizar diversas rotas áreas ou até mesmo encerrar a operação de empresas no Brasil.
Sem questionar a legitimidade da Petrobras em definir sua política de preços, a CNT alerta que a trajetória ascendente dos valores cobrados pelo insumo afeta diretamente a atividade transportadora, seja a do segmento de cargas ou o de passageiros, que já trabalham com o resultado, muitas vezes negativo. Além disso, os sucessivos reajustes do preço cobrado em bomba devem ser repassados ao consumidor final.
“É claro que nos preocupamos com a população e com as consequências que o repasse desse aumento trará na vida das pessoas. Estamos atentos e muito preocupados com toda essa situação, mas o setor, infelizmente, não tem mais quaisquer condições de segurar esse aumento, que deve ser repassado imediatamente. No caso do transporte de passageiros, é urgente que os governos revisem as atuais políticas de subsídios para garantir a manutenção dos serviços à população. Ainda é preciso olhar para o setor aéreo, que ainda absorve os impactos da pandemia. Do contrário, colocaremos em risco a própria sobrevivência de muitas empresas de transporte que são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil”, afirma o presidente da CNT, Vander Costa.