Em série da NTC&Logística, mulheres representativas do setor compartilham experiências e visões sobre o papel feminino no TRC

Fonte: NTC&Logística

No cenário do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), tradicionalmente dominado por presenças masculinas, a trajetória de Maryland Moraes emerge como inspiração e transformação. Sua participação na série especial da NTC&Logística, destinada a dar voz às mulheres representativas das entidades do setor, oferece uma perspectiva rica e profunda sobre os desafios enfrentados por mulheres na área e as conquistas alcançadas ao longo de décadas de dedicação e trabalho árduo.

Maryland Moraes iniciou sua jornada no TRC no início dos anos 90, como assessora de Comunicação Social da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em um período em que as lideranças femininas eram notavelmente escassas. Apesar dos obstáculos inerentes a um ambiente predominantemente masculino, ela não apenas encontrou seu lugar, mas também prosperou, guiada por uma combinação de curiosidade e determinação, além de ter contado com mentores como Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística e da FETRANSCARGA, e Geraldo Vianna, ex-presidente da NTC&Logística. Esses relacionamentos não só proporcionaram a ela um compasso moral e profissional, mas também a ensinaram a navegar e superar as barreiras de gênero presentes no setor.

Ao refletir sobre as mudanças ocorridas ao longo dos anos, Moraes aponta para um progresso lento, mas inegável, em direção a uma maior inclusão feminina no TRC. Esse avanço, embora insuficiente para atingir um estado ideal de equidade, sinaliza uma mudança positiva na dinâmica de gênero dentro do setor. A perspectiva dela sobre o apoio às mulheres em suas carreiras é diversificada; ela reconhece a importância da equidade no interagir e colaborar, assim como da valorização e do reconhecimento como elementos cruciais para a satisfação no trabalho e o desempenho eficaz. “Testemunhei mudanças estruturais e de comportamento no setor que beneficiaram as mulheres, ainda que estas mudanças não tenham sido uniformes em todos os lugares ou situações”, reflete.

Ela também reforça a sua admiração pelo papel de mulheres que, como ela, fizeram e fazem a diferença na construção de um setor melhor e mais possível, não somente pelo trabalho, citando a vice-presidente Tania Drumond e Patrícia Penna, da FETRANSCARGA; Edmara Claudino, Gil Menezes, Roseli Correia de Amorim e Elisete Balarini, da NTC&Logística; Tania Aparecida Guimarães, da FETCESP; Maristela Peixoto, da FETRANSPAR; Marli Piay do CRRJ SEST SENAT; Luciana Nahid, do SINDICARGA; Katia Rocha e Elisabete Guerino, da FuMTran. “Espero não ter cometido injustos esquecimentos, em se tratando de profissionais com quem trabalhei ou interagi significativamente. Desde já, sinceras desculpas”.

A questão do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é um tema que Maryland aborda com franqueza, admitindo uma inclinação anterior para priorizar o trabalho em detrimento de sua vida pessoal. Esse desequilíbrio, segundo ela, é uma armadilha comum, mas também uma escolha que reflete o compromisso profundo que muitas vezes é necessário para alcançar o sucesso em campos desafiadores como o TRC.

Entre suas conquistas, Moraes destaca a longevidade de sua carreira no setor, marcada por momentos significativos como a contribuição para a criação da FETRANSCARGA e o recebimento da Medalha de Mérito do Transporte – NTC, em 2006. Esses momentos não apenas simbolizam o reconhecimento de seu trabalho e dedicação, mas também representam marcos importantes de sua história profissional e pessoal.

Olhando para o futuro, ela vê a tecnologia e as mudanças culturais como vetores de oportunidades para as mulheres no TRC. Maryland é otimista em relação ao papel consolidado que as mulheres desempenharão no setor, graças à evolução tecnológica e à crescente conscientização sobre a importância da diversidade e inclusão. Seu conselho para a próxima geração de mulheres interessadas em carreiras no TRC é pragmático e sábio: escutar atentamente aqueles com experiência, avaliar racionalmente o que foi aprendido e tomar decisões informadas.

A história de Maryland Moraes nas entidades do Transporte Rodoviário de Cargas é uma narrativa de superação, resiliência e sucesso. Ao compartilhar suas experiências, desafios e visões, ela não apenas lança luz sobre o caminho percorrido pelas mulheres no setor, mas também fornece um roteiro valioso para aquelas que aspiram a seguir seus passos. Seu legado é um testemunho do poder da perseverança e da importância de abrir caminhos para a inclusão e igualdade no ambiente profissional.