O Boletim traz a primeira análise da previsão na PLOA 2024 para o transporte, bem como indicadores que demonstram o desempenho do setor

Por Agência CNT Transporte Atual

A CNT (Confederação Nacional do Transporte) publicou, nesta quarta-feira (06/09), novo Boletim de Conjuntura Econômica. O informe técnico de setembro traz como destaque o bom desempenho do PIB do 2º semestre de 2023 e a primeira análise da previsão do orçamento público para transporte em 2024.

 

Na proposta de PLOA (Projeto Lei Orçamentária Anual) 2024, enviada ao Congresso pelo governo no final de agosto, o orçamento das pastas ligadas ao setor mais do que dobram. A previsão para o Ministério dos Transportes é de R$ 57,41 bilhões, ante os R$ 24,48 da LOA no ano passado. Já o Ministério de Portos e Aeroportos teve sua despesa elevada para R$ 5,42 bilhões em 2024, percentual que chega a ser 10,2% superior ao montante de 2023.

 

Há ressalvas. Esse maior volume de recursos se concentra em Reserva de Contingência, uma dotação global sem destinação específica, cujos recursos são utilizados para abertura de créditos adicionais, atendimento de emendas parlamentares, passivos contingentes e eventos fiscais não previstos.

 

No que tange aos recursos específicos para investimentos em infraestrutura de transporte, o cenário otimista também muda. No efeito líquido para o setor há uma queda de 4,5% no montante previsto para o ano que vem, quando comparado com a LOA de 2023 (R$ 17,37 bilhões, em 2023, e R$ 16,59 bilhões, no PLOA 2024).

 

Em relação aos indicadores econômicos, o destaque ficou por conta do PIB do 2º trimestre de 2023. De acordo com o IBGE, o PIB do setor de transportes, armazenagem e correios cresceu 0,9% de abril a junho, comparado ao trimestre imediatamente anterior. O mesmo feito ocorreu para o semestre, com o crescimento de 4,2%, taxa superior ao desempenho do nacional, que ficou em 3,7% no mesmo período.

 

Além de pontuar o panorama econômico atual do Brasil, o Boletim reúne informações importantes para o transporte com relação aos demais indicadores e seus impactos no setor. É o caso da inflação do setor em julho que voltou a se elevar. O índice geral de preços, medido pelo IPCA, aumentou 0,12%.

 

O efeito não recaiu sobre o preço do diesel, que apresentou redução, com queda de 31,55% em 12 meses até julho, embora o custo dos combustíveis tenha se elevado em julho, puxado pela gasolina.

 

Outro registro de perda ocorreu no volume de serviços de transportes, com queda de 0,3% em junho, de acordo com a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços). Já o mercado de trabalho no transporte evoluiu, registrando saldo positivo no acumulado deste ano até julho. Foram 68,9 mil postos de trabalho no acumulado dos sete primeiros meses de 2023.

 

Confira o Boletim de Conjuntura Econômica – Setembro 2023